ESG: o que é e qual a relação com a diversidade e a inclusão?

Eliezer Leal • 1 de fevereiro de 2023

Estimativas apontam que o mercado de ESG deve atrair até 53 trilhões de dólares de investimentos até 2025. 

Esses números demonstram como os investidores mundiais têm intensificado sua atenção aos aspectos da agenda ESG. O principal motivo é a importância do fortalecimento de organizações que causem impactos positivos considerando as pessoas, o meio ambiente e a boa governança corporativa.

Aspectos de Diversidade, Equidade e Inclusão (D&I ou DEI) são fundamentais para a concretização dos conceitos do ESG em qualquer empresa. 

Nesse artigo, você vai entender o que é ESG, o que representa dentro das estratégias de um negócio e qual a sua relação com as políticas de D&I.

O que é ESG

O mercado de capitais busca segurança e maximização do retorno de seus investimentos, e isto hoje está muito conectado a imagem e reputação seus negócios. Esta é uma das muitas razões para compreender o que é ESG.  A sigla se refere às palavras Environmental, Social and Governance, ou, em português, Ambiental, Social e Governança. 

ESG é uma série de procedimentos e boas práticas que consideram os aspectos ambientais, sociais e de governança na gestão de uma empresa e no impacto que ela produz

Foi a partir do relatório ‘Who Cares Wins’ publicado em 2004, que o ESG começou a ser discutido em escala mundial. O relatório é resultado da parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e do grupo de instituições financeiras nomeado ‘UN Global Compact’. 

Os principais objetivos das diretrizes de ESG se concentram em desenvolver mercados mais sustentáveis, resilientes, adaptáveis e inovadores.

Empresas que investem em uma política de ESG buscam ampliar a confiança dos investidores e do público consumidor, além de debater sobre a responsabilidade dos empreendimentos quanto ao desenvolvimento sustentável e proteção aos direitos humanos.

ESG e D&I: entenda a importância para a sua empresa 

O mercado está em constante mudança e hoje vivemos em uma sociedade globalizada e que possui preocupações muito semelhantes.

Respeitar as diretrizes da agenda ESG vai muito além do objetivo único de maximização do capital investido sobre qualquer negócio. Quem busca investimentos duradouros, compreende que empresas líderes em boas práticas de ESG, tem apresentado ótimas perspectivas de crescimento.

Ao mesmo tempo, o consumidor exige maior humanização dentro das empresas e de suas marcas. Cada pessoa deseja se sentir representada , valorizado e respeitada. Não existe mais espaço para fomentar apenas padrões de pessoas que, historicamente, sempre estiveram incluídos e especialmente não considerar os direitos humanos em seus processos.

Empresas alinhadas aos princípios de D&I e direitos humanos, apresentam fortes tendências a serem mais inovadoras e produtivas, atraírem e reterem os melhores talentos e reduzirem os conflitos internos, por exemplo.

Confira três fatores de importância para valorizar boas práticas de ESG e como relacioná-las às políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão:

  1. Diferencial competitivo 

Investidores buscam aplicar em empresas que estão de acordo com as exigências da sociedade. 

Negócios que não estão preocupados com o respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas ou com a diminuição do impacto ambiental por parte das indústrias, são considerados de alto risco e perdem valor no mercado. 

Corinne Ripoche, liderança em RH da multinacional Adecco, explica que igualdade de gênero representa uma escalada de sucesso para as empresas. Ripoche afirma que se as mulheres estivessem em equidade salarial e de cargo com os homens, a riqueza global cresceria cerca de 172 trilhões de dólares. 

  1. Impacto positivo para a reputação da marca

Um estudo realizado pela VisualGPS, revelou que para 94% da população brasileira, a justiça social é uma luta de todo mundo. 

A pesquisa expôs também que, 9 em cada 10 pessoas acreditam ser importante a presença de ‘diversidade de todos os tipos’ nas empresas. Entretanto, apenas 22% se sentem representados em anúncios. 

É importante estar atento às mudanças de comportamento do consumidor. 

Impulsionar um quadro colaborativo no seu negócio, tanto nas ações internas quanto externas, causa impactos positivos, corrobora a confiança da empresa e que está atenta às reivindicações da sociedade.

A gigante Magazine Luiza, sabe muito bem disso. A empresa que hoje está entre as 25 maiores redes de varejo do mundo, preza pelos princípios D&I como uma estratégia de valorização do seu negócio. 

A varejista desenvolve um programa de trainee exclusivo para pessoas pretas ou pardas, e visa aumentar o quantitativo desse grupo em cargos de liderança. 

  1.  Gestão de Riscos 

A gestão de riscos busca identificar e prevenir qualquer situação ou problemas que afetem a saúde de uma instituição, como ações judiciais, trabalhistas ou ambientais.

Aplicar as práticas de D&I, permite mitigar as condutas desfavoráveis à imagem de uma empresa, antiéticas e ilegais, como o racismo e o assédio.

Portanto, é importante uma boa estratégia organizacional e que ela inclua treinamentos e atualizações sobre os temas. Porém, uma boa governança só é possível em um ambiente seguro. 

Pessoas racializadas ou PCDs, enfrentam muitos obstáculos na vida e um deles é o preconceito. Atitudes que parecem simples para algumas pessoas, podem exigir muito esforço de quem enfrenta discriminações no dia a dia. Como, por exemplo, utilizar algum acessório ou manter o estilo de cabelo. 

Políticas de D&I e ESG alinhadas, devem garantir um ambiente antidiscriminatório, com normas internas rígidas e transparentes, além de uma rede de apoio e acolhimento seguros.

Porém, um ambiente diverso e inclusivo deve ser pensado para além das relações internas da empresa. É preciso lembrar do ocorrido em 2020 na rede de supermercados Carrefour. Na ocasião, João Alberto Silveira Freitas, homem negro de quarenta anos, foi assassinado após abordagem de seguranças do supermercado.

Hoje, o Carrefour investe em treinamento antirracista especializado para todo o quadro de funcionários e estabelece acordos com fornecedores. Porém, mais do que isso, é preciso compromisso constante para efetivar as diretrizes de ESG e D&I. 

Na Singuê apoiamos negócios que acreditam no poder transformador da diversidade, equidade e inclusão. Oferecemos consultorias especializadas que trazem valor e fortalecimento para as empresas. Aqui você pode descobrir como unir estratégia empresarial e políticas de D&I.  

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